O blog

À princípio, este blog destinava-se para o registro de ideias, textos sobre montanhas. Porém, aquele que visita as montanhas, leva seu mundo particular, suas vivências, histórias para o interior das matas. E a Natureza o recebe gratuita e generosamente. Deste encontro, então, entre a Natureza e o ser humano, surgem reflexões e ensinamentos que invadem a vida na cidade. As montanhas, de algum modo, sempre nos surpreendem, sempre nos fascínam, sempre nos sensibilizam. Desse encontro, reflexões, ensinamentos e sensibilidade manifestam-se mesmo quando estou em meio à cultura urbana. Aqui estão algumas "piras" minhas, suas, nossas...


domingo, 6 de junho de 2010

A distância.


Sou um ser vivo.
Sou um ser vivo externo.
O que é interno em mim está lá.
O que há em mim e que está lá, sempre se modifica.
E tem um tempo de estar e logo de ser.
Meu ser externo tem sempre que se expandir,
Exalar, exprimir, expressar.

Quanto maior a distância
daquilo que me constitui,
mais eu compreendo
minha constituição, minha substância.

A distância possui três faces.
Cresce horizontal e territorialmente no espaço.
Cresce temporalmente.
Meu pensamento compreende
Que a distância cresce no tempoespaço.
O que me separa daquilo que me constitui
é o espaço a percorrer e o tempo a transpor.

Contudo, o tempo possui uma barreira. Imaterial.
A barreira do tempo é a velocidade. Constante.
O tempo é sempre o mesmo em sua caminhada.
Nós é que mudamos.

Constante é a necessidade absoluta de romper minha margem.
Só na montanha posso romper essa delimitação.
Meu corpo ganha a extensão
do tempoespaço.
Se expande, exala, exprime e expressa,
até onde não posso ver, ouvir ou sentir
no tempo e no espaço.

Escrito em: 06/06/2010
Foto: Camila Armas (túnel abaixo do Rio Paraná, Santa Fé - Argentina)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Marcadores

Siririca e Pico Paraná visto do Agudo da Cotia - 1/11/ 2009

Siririca e Pico Paraná visto do Agudo da Cotia - 1/11/ 2009