O blog

À princípio, este blog destinava-se para o registro de ideias, textos sobre montanhas. Porém, aquele que visita as montanhas, leva seu mundo particular, suas vivências, histórias para o interior das matas. E a Natureza o recebe gratuita e generosamente. Deste encontro, então, entre a Natureza e o ser humano, surgem reflexões e ensinamentos que invadem a vida na cidade. As montanhas, de algum modo, sempre nos surpreendem, sempre nos fascínam, sempre nos sensibilizam. Desse encontro, reflexões, ensinamentos e sensibilidade manifestam-se mesmo quando estou em meio à cultura urbana. Aqui estão algumas "piras" minhas, suas, nossas...


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cuando lejos, acercate

estás longe, distante
talvez séculos de continentes
entre nós

seus livros em outras estantes
seu olhar em outras luas
seus passos em outros corpos
somente, saudades suas

porém, encontro contigo,
todo dia
no céu vazio de punhos
nos corações silenciosos
que nada sabem de ti
nas músicas sem dança
nos passos sem compasso
que te esperam sem saber

te conto, rabisco
seus traços em muros
pela cidade
sussurro seu nome
no meio da praça
e te guardo com carinho
no meu sorriso mais distraído

estás perto, dentro
talvez segundos de grãos
em nós

e mesmo que não te viva
já não vivo sem ti.


Rafael Alencar

Compartilha

Meu coração sentaria à mesa
com três ou quatro outros corações,
dividiria o mesmo prato de comida,
ajeitaria cadeiras,
beberia da mesma garrafa o vinho,
e em meio a tanto carinho
ouviria um samba de sinceridade sobre amores.

amores que são o singular de amor
amor, é no minímo dois
não pergunta do máximo
tateia, procura algo além da fronteira
arrisca, sangra, bombeia
e para renascer, se desfaz em saudade.

Meu coração na realidade,
é do mundo pelo qual resolvi lutar
e por isso essa capacidade de amar

profundamente

um pouco mais que o usual
por isso ser considerado tão louco
num mundo tão pouco é mais que normal.


Por Rafael Alencar.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Negligência

É por vontade pouca que, por entre os seus dedos lhes escapa a prosa ou a rima da vida e, por pura indolência, deixam de trazer à tona o seu brilho. Demonstram uma apatia repulsiva diante da possibilidade de viver intensamente cada momento. É preciso alimentar o fogo da vida, como quem alimenta o fogão à lenha da casa das pessoas que amamos, para afastar o frio de suas vidas, momentos regados a bons goles de vinho. Seco, para lembrar que nem tudo é doce ou belo. Refuto a negligência com que vivem suas vidas, por medo de enfrentar suas dores.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Menina, menino
Não deixe de amar
O amor é o que há
Começa quentinho
E pode queimar
O amor amplifica
O amor simplifica

Gerador do motor
De revolucionar
O amor sempre estará
Louco para amar

(...)

Menino, menina
Não deixe de amar
O amor é o que há
Começa quentinho
E pode queimar
O amor modifica
O amor a modo de ficar


Partimpim

O trenzinho caipira

Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar...


Um dia, depois da descida da montanha, com suas mãos geladas acariciou a cabeça da menina, enquanto cantarolava o trenzinho caipira. Embalava os sonhos da menina, de a serra do mar percorrer sem destino...

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